A minha homenagem a Pucho

Hoje pola manhan escoitamos a Pucho a todo trapo... que pensariam os vizinhos nossos? Frank Sinatra cantando em balcánico?

Pucho Boedo naceu no Ventorrilho (n'A Corunha) no 1928. A sua família, como moitas outras, foi golpeada pola Guerra Civil e a repressom. O seu pai era membro da CNT e fora asasinado no 36, quando Pucho tinha nove anos. Um ano máis tarde, seu irmam era tamem fusilado, e um terceiro conseguira fugir. A finais dos corenta começou a cantar, e tivo as pelotas de face-lo em galego de vez em quando, depois de todo o que lhe pasou aos seus. Estivo com os Satélites, foi a Venezuela e trouxo a salsa ás verbenas galegas, e uns arranjos orquestrais que te cagas. Logo, depois de pasar por outros grupos, estivo cos míticos Los Tamara.


Eu, a verdade, é que moito tinha oido falar á gente dele, pero nunca o escoitara até que meu pai começara e conseguir gravaçons e ponhe-las no coche.

E agora, e que me flipa. Penso que foi o Frank Sinatra galego. Tem umha voz profunda, canta tamem em plam profundo pero tamem e plam conhero. A orquestraçom é um verdadeiro prazer para os ouvidos. O seu poder é tal, que umha cançom sua chamada, La mamá (em castelhano) é tam triste e cantada tam bem que poderia foder-vos o dia se a escoitasedes, assi que esa nom a ponho. (Vai dumha mai que morre rodeada polos seus filhos...). Se tedes interese em autoflagelar-vos, recomendo-vo-la. Para umha das outras, mais desenfadadas, está por exemplo Si te vas de mi, que te mate el tren que começan berrando arrrriba!!! em plam rumbero total, e justo depois oe-se umha voz por debaixo preguntando-se "e por que nom abaixo?"... retranca total.

Por certo, hai que contextualizar a temática de moitas das suas peças na época da dictadura. Os 60-70´s tinham umha vissom de Galiza moi folclórica, (bom, ainda a temos hoje...!) , e por outra parte, era a época dos toros y la minifalda, Manolo Escobar, etc...

Esta é a minha particular homenagem a este home. Espero que vos guste o que vou colar, ainda que só seja um chisco...



A primeira, a minha preferida:
O vello e o sapo



Na aldea lexana fumegan as telhas;
Detrás dos petoutos vai póndo-se o sol;
Retornam prós eidos coa noite as ovelhas
Triscando nas beiras o céspede mol.
Um velho arrimado num pau de sanguinho,
O monte atravesa de cara ao pinar.
Vai canso; umha pedra topou no caminho
E nela sentou-se pra folgos tomar.

-Ai! -dixo-, qué triste! , qué triste eu estou!
E um sapo que oia, repuxo: -Cro, cro!

Ás ánemas tocam! ... Tal noite como esta
Queimou-se-me a casa, morreu-me a mulher;
Ardeu-me a xugada na corte, e a besta,
Na terra a semente botou-se a perder.
Vendim prós trabucos bacelos e hortas
E vou polo mundo de entom a pedir;
Mais cando nom topo pechadas as portas
Os cans saiem-me a elas e fam-me fugir.

-Canta, sapo, canta; ti e eu somos dous!-
E o sapo choroso, cantava: -Cro, cro!

Solinhos estamos entrambos na terra.
Mais nela un buraco ti ancoltras e eu nom;
A ti nom te mordem os ventos da serra,
E a mim as entranhas e os ósos me róm.
Ti, nado nos montes, nos montes esperas,
De cote cantando, teu término ver;
Eu, nado entre os homes, dormendo entre as feras,
E morte non acho, se quero morrer.

-Já tocam... Recemos, que dizem que hai Dios! ...-
El reza, e o sapo cantava: -Cro, cro!

A noite pechada, e o ráio da lua
Nas lívidas cumes comença a brilar;
Curismo que tolhe, nas árbores brua
E escóita-se ao lexos o lobo oubear.
O pobre do velho cos anos cangado
Ergueu-se da pedra e o pau recadou;
Virou para os ceos o punho pechado,
E cara aos touzales rosmando marchou

Cos olhos perdidos na escura estensiom,
O sapo quedou-se cantando: Cro, cro!.

Cro, cro!.



Obra mestra da poesia galega, coa sua voz. Inigualavel,
Unha noite da eira do trigo




A Meiga



O mítico A Santiago voy
alegre, pero morrinhenta, sobre todo para os que estamos fóra...



Bo, aqui está...pero logo nom me digades nada, eh?
La mamá