domingo, 12 de outubro de 2008

CADAVER EXQUISITO XII

Giana corria sem mirar atrás de-la, corria sem saber onde ia. Ao fuxir do quarto na que a tiveram atada passou a um amplo corredor com múltiplas portas aos lados, o cham era de pedra e uns fachos nas paredes faziam do artesonado do teito um caprichoso jogo de sombras. Respirava-se um ambiente carregado, os gritos dos que a perseguiam escoitavan-se mesturados ao fondo junto com os dos cans de pressa de Dom Alberte.

Este, ainda com a cara descomposta, obervava como aquel trebelho infernal por fim calava. Com respeito, colheu-no delicadamente e meteu-no no peto do seu gavám. Preocupado nom tardou em empreder el tamém a persecuçom.

- Maldita mulher, saberá algo do nosso segredo? Como é possivel que chegase até aqui? Pensava mentras corria Dom Alberte.

Giana estava atrapada. Logo de abrir umha porta e atranca-la cumha pessada cadeira, passou-lhe o fecho e decatou-se de que aquel quarto nom tinha mais saida que o sitio polo que entrara. Mui asustada, buscou por todos lados umha alternativa, mentras escoitava aos homes golpear com força a porta e aos cans ladrar bravuconamente. No quarto havia duas fiestras, pero ademais da altura, possuiam um bos barrotes; a cheminea era grande e brasonada pero impossível de tentar subir por ali, havia móbeis antigos pero nom pareciam velhos e no centro umha gram mesa rectangular com abondosas cadeiras aos lados e um par de candelabros enriba.

Botou umha última olhada e ao fim, calma, percatou-se da sua situaçom. Longe de deixar-se levar polo medo fixo-se forte e controlou-se quanto puido. Afora continuavam os berros e golpes. A porta aguantava. Grossa e com uns récios listons de ferro parecia sólida ante os embistes dos seus perseguidores. Giana, com a mirada perdida, suorosa, ainda com a respiraçom alterada, decidiu sentar numha das cadeiras. Como tentando ponher orde na sua cabeça.

- Pensa um pouquinho Giana. Dizia-se a si mesma. A ver, onde estavas antes de aparecer neste lugar de tolos?

Além da porta a briga continuava, agora increpava-na e alentava-na à rendiçom.

- Pois estava no mesmo sitio, justo onde aparecím, junto a Jacobe...nom, junto a Jacobe nom. Quem era o que me levava da mam? Nom dou feito memória, os recordos que tenho som borrosos, como dum pessadelo... Describia-se a si mesmo Giana a escea. Sobresaltada saiu daquel trance.

- Nom teis escapatória mulher!! Berrou contundente Dom Alberte. Abre a porta, tarde ou cedo botaremo-la abaixo!!

- Deus!! Se Jacobe estive-se aqui! Pensou Giana. Desde que nos embarcamos nisto sempre estivo ai, agora estou soa. Pero tenho que ser forte. Si! Vinhera-mos ao paço de Longueirom. De caminho pararamos naquela pousada para descansar antes de começar a busca no paço ao dia seguinte...

- Ide fora e cortade uns dos pinheiros de junto as cortes! Escoitou dizer ao alporiçado Senhor. Nom vai ser doado botar esta porta abaixo. Pensou Dom Alberte.

Com a mirada de novo perdida Giana buscava com esforço entre as suas lembranças. Rabunhava algo de aqui e de acolá pero nom erá capaz de construir umha imagem coerente.

- Aquela noite fumos cedo para a cama. Pensou Giana. Dom Anselmo dera-nos instrucçons precissas. Jacobe estava impacente coma umha criança, queria chegar de umha vez ao lugar...um anaco do Yggdrasill! Isso é! Abriu os olhos bruscamente Giana. Pero que passou à madrugada?

- Bulide!! Bulide!! Berrava Dom Alberte. As pissadas dos seus homes já se escoitavam subir polas escaleiras.

- Aquel cheiro...aquela sombra! Jacobe mirava para mim como adurminhado. Alguém nos drogou! Por isso...

Um primeiro golpe sonou retumbante na porta. Tremerom as pedras do dintel até. Aquilo nom ia aguantar muito. Giana permanecia sentada e nom lhe quitava olho a tambaleante porta, mais nom deixa de tentar fazer memória.

- Por isso estou tam confusa. Pero...que fago aqui? Deus!!! Levou-me de ali! Como estará o meu Jacobe? Era forte, levantou-me como se nada, deveu ser um home...

A porta tremeu de novo. Afora os cans calaram e os homes berravam à de umha com cada impacto. O tempo esgotava-se.

- Meteu-me no seu carro...vendou-me os olhos...tapou-me a boca...Que raro idioma falava? Com quem falava? Cheirava a pneumático...metera-me no maleteiro...

- Mais umha, mais umha!!! Increpava Dom Alberte aos seus homes.

- Atoparia o fragmento do Yggdrasill? Escondera-mo-lo bem...pero senóm...entóm como cheguei até aqui? Deus!!! Tivo que topa-lo!!!

- Já case está!! Forte!!! Venha, mais forte!! Ordeava Dom Alberte mentres lhe botava umha inquinosa mirada a Giana através de um oco da malograda porta. Já es minha! Dixo-se em voz baixa.

Giana, aparentemente tranquila, olhou como botavam a porta abaixo e se achegavam com as espadas. Continuava sentada com as mans sobre a mesa mentres a rodeavam. Duas bágoas abrolharom dos seus olhos e a sua pele parecia mais branca do que nunca. Dom Alberte aproximou-se desde o outro lado da porta amodinho. Sem pressa, tirou a espada da funda,e os seus homes apartaron-se a um lado para que puide-se passar. A sua espada pousou-se sobre o pescozo de Giana e por fim esta reaccionou ao frio do gume. Sem mover a cabeça girou os olhos anegados em bágoas e botou delicadamente as mans cara Dom Alberte.

- Ajude-me por favor! Muito está em perigo. Dixo desacougadamente a rapariga.
- Fala! Que teis que dizer! Dixo Dom Alberte alporiçado à vez que soprendido.
- Se os Monteira Furada tenhem o Yggdrasill nom nos queda muito tempo, nem neste momento nem em nemgum outro. Respostou calma Giana.
Entom, sem ar nos pulmons, derrubado, susurrou Dom Alberte:
- Certo...

1 Comment:

Marta said...

¡Moi emocionante o cacho! sí señor! Consegiches resolver moi ben o do rapto de Giana...XD