Poida que me gosta-se algo de mais (refiro-me a mim mesmo) pero ai vai umha espessa entrega do cadaver!
Ao oeste da terra, mais alá dos Faralhóns, havia outra Terra. Mui longana, a muitas jornadas da costa. Diziam que os poucos que nela se aventuraram fixera-no por mera casualidade e que só algúns regresaram para conta-lo. Aquela era umha terra inmensa, com profundos vales, montanhas de cumios brancos e anchos rios que se perdiam no horizonte. As curiosas estórias que estes poucos traiam, forom parte dos motivos polos que hai pouco mais de um século comezara a empresa dum espelido moço pontevedrés chamado Pedro. Descendente, por umha banda, dumha velha familia de comerciantes apelidados Colom, por outra, havia quem tamém o emparentava com os Álvares de Souto Maior. Facia abondosas viagêns aos vecinhos reinos de Portugal e Castela, ali uns chamavan-lhe Cristovo e outros conhecia-no como o Madruga. Assim pois, oficiosamente aquelas lendas marinheiras fóram o gérmolo da posterior descuberta do Novo Mundo e, por volta, o regreso ao velho dos obstinados Monteira Furada.
A história desta sociedade, complexa, segreda; invisível pero rochosa, agachada e obstinada, vingativa; tem neste momento as suas origêns. Muito atrás de Colom ou de Pedro, já falavam certas crónicas nórdicas da chegada a estas terras duns homes comandados por um bravo guerreiro nortenho conhecido polo alcume de Erik o Roxo. Ali conseguiu asentar-se e fundar varias colónias – hai quem se atreve a falar de império – ademais de percorrer a costa até bem o sul atemorizando as gentes que as povoavam. Estes homes barbados e altos de olhos claros forom considerados polos indígenas como invasores, demos ou ainda deuses. Aqueles loiros normandos adaptaron-se a nova terra mais sem esquecer nunca de onde vinham, fixeron-se grandes senhores e recrearon-se nas suas novas riquezas.
Colom chegara as novas terras acompanhado meirandemente de compatriotas, homes que fóram recrutados nas terras da Galiza. El sempre estava arrodeado de um pequeno grupo de dez homes, que funcionavam a modo de guarda pretoriana e que, para desconcerto do resto da tripulaçom, às vezes chamavam Pedro. Estes galegos forom quem baptizarom aos homes dos que havia case quinhentos anos ninguém vira polas costas da Terra. A sua memória apenas atingia um pequeno feixe de eruditos aristócratas.
- Tenhem a Monteira Furada!! Berrou um desde o pau maior quando os viu.
A umha ilha que chamarom Fernandina, a maior do Caribe, com umha grande serra central e amplas extensóns de umha rara cana doze, chegarom as naves de Pedro. Já passaram por outras ilhas cheias do que resolverom em denominar indios. Pouco belicosos e, de se-lo, facilmente derrotáveis; incultos e asilvestrados. Nom supunham que naquela pequena baia se fosem atopar com as gentes do norte. Pedro nom tivo dúvida do que fazer, era dos poucos que conhecia as estórias dos belicosos normandos. Nom dava saido do seu asombro quando uns cornos de guerra começarom a soar em terra. Os marinheiros entenderom que foram descubertos, aquela música dos deuses presagiava a batalha. Duas naves pequenas, de escaso calado com um par de ringleiras de remos, umha a cada lado, sairom á mar. O mascarom de proa do primeiro era um dragom com fauces de lume e do segundo um narval com um afiado corno. Mais de vinte pares de remeiros berrravam à umha conformando um estrondo grosso e oco. Os da nao prepararom os arcabuces. Pedro ordeou pór-se à par do primeiro barco inimigo e abrir fogo à sua orde. Os do Drakkar, excitados polo inminente começo da batalha, berranvam e golpeavam com força os escudos, estavam listos para o enfrontamento. Os seus cascos de metal com protecçom nasal e miras para os olhos facia-nos temíveis. Aqui, aos olhos dos galegos, nasceram os Monteira Furada. Os homes de Pedro ficarom perplexos, porém quando este ordeou fogo nom lhes tremeu o dedo. A refrega durou pouco, as armas de fogo dos da nao dezmarom aos normandos, que asustados morriam tiroteados ou afogados tentando fuxim daquel trono assassino que desconheciam. Nom tiverom piedade, ao desembarco passarom a coitelo a nenos, maiores e mulheres. Rapinharom quanto puiderom, fermosas armas, alfáias de ouro trençadas em impossíveis formas, comida, barrís de hidromel...todo. No centro do povoado toparon-se com um edifício de maior tamanho, alto, com muros de pedra grossa e teito de palha e madeira, asemelhava umha especie de templo pagám.
A certa distáncia umha pequena retaguarda normanda conseguira pór-se a salvo, impotentemente agachada observava como todos os seus seres queridos fóram masacrados. Entre eles estava o seu chefe, Godrik Erikson, daquela apenas umha criança pero mui capaz de esgrimir a espada como o mais fero dos guerreiros. Com os olhos cheios de tristura e furia, sem botar umha bágoa, mantinha a distáncia suxeitado por quatro dos seus melhores homes. Era dumha força sobrehumana e as velhas mais sabidas falavam del como de outro mundo. Desde ali puido observar todo com detalhe, ainda como tiravam do templo consagrado a Odím a custódia que o seu antergo Erik lhe confiara aos da sua sangue.
A árbore mítica, feita dum estranho metal, que representava o todo, Yggdrasill. Aquela árbore sagrada era o mapa do universo, nela estavam representados todos os mundos e tempos; o dos vivos, o dos mortos, o dos deuses, o dos demos. Agora nas mans de aquel estrangeiro maldito, formando parte do seu insignificante botím de guerra. Godrik fuxiu do lugar, agora chorando como o neno que era. No fondo do seu coraçom começou a medrar a sombra da vingança. Prometeu aos seus e a si mesmo que morreria recuperando o Yggdrasill. Vingando ao seu povo. A senda dos Berserk seria o seu caminho até o Ragnarok.
Durante muitos anos os Monteira Furada acosarom aos homes de Pedro com umha imprevisível contenda de pequenas escaramuças. Ao contrário do que sempre fixeram os homes do Norte, agora procuravam o ataque sigiloso, nocturno. Pouco a pouco a sua indumentaria foi mudando até face-los parecer sombras. Porém, Pedro mantinha toda a estória no mais rigoroso silêncio, no segredo que compartia só com os mais achegados. Pensava que o tilariam de tolo se na península se enterasem das suas guerras com os normandos, asemade o botím que lhes roubara eram mais que jugoso para comparti-lo com os reis de Castela. Cada encontro entre as duas partes voltou-se mais sibilino e arteiro, em adivinhar o movemento do inimigo, num jogo de jadrez. Anos despois a situaçom para Pedro tornou-se insostível em América, respondia aos ataques daqueles demos escuros como podia. Sospeitava de qualquera situaçom e a gente pensava que toleara, que colhera algumha fevre tropical que lhe afectava ao juiço. Logo de várias viagêns ao Novo Mundo decidiu que era momento de nom voltar. Os Monteira Furada seguiron-lhe as pegadas até Europa e é aqui o momento no que desaparece para a história o rastro de Cristovo Colom – casualmente na mesma altura o nobre galego Pedro Álvares de Souto Maior tamém desaparece -.
Numha noite pecha sem lua, entre á néboa mesta e a água fria da ria de Ponte Vedra um pequeno bote aproximou-se desde o peirao do porto a um areal apartado. Quatro homes agachados com pucha e capa, bem armados e com as botas penduradas ao lombo, bararom a embarcaçom e caminharom sobre o fundo fangoso da ria cara umha carruagem que os aguardava sobre a ponte do Burgo. Um deles mancou-se num pé e comezou a coxear, os outros, diligentes, ajudaro-no e subiro-no ao carro. À luz do candíl Pedro Álvares de Souto Maior, o Madruga, o Colom, observou como umha afiada cuncha de longueirom se lhe espetara na planta do pé.
10 Comments:
Ghuau!!!!!
Eu gosto mil!!!
A ver ho, Poldo, rouba-lhe ai uns minutos ao Braszzzil e aporta umha pincelada carioca! (sempre podes escrever em Word e logo cortar e colar, digo por se nom tes conexom continuada...)
Jodeeeeeer que nivel!!! e incrivel como nace umha histora da nada XD
Parabens Gonçalo!
Moi ben gonçalo!!! (Espero que non nos estés usando de excusa pra publicar a túa próxima novela haha...)
Os meus Parabéns. Pero con este nivel a ver quen carallo se atreve a continuar agora. Bicos
Manda caralho! Pois muito obrigado. Ala!! Agora toca-vos a vós dar-lhe à caneta.
Estou com o Lourenço...Poldo! Espabila!! Suprende-nos com algum desses recursos tam revirados teus.
De novo muito obrigado polos comentários.
Ei Chini!! Relím o que escrivím e topei uns quantos erros, queria corregi-los pero nom podo. Já estou na minha conta e nom me aparece o lápis ao final da mensagem como sempre apareceu. Já me dirás pois!
Si, o lapis esse desapareceu quando mudei o desenho da pagina para ter duas columnas, cachonamar. era mais comodo.....
Mais hai outra forma de editar os posts:
quando entras na tua conta, tes que procurar umha opcom que di "editar posts". Procura-a navegando nos menus que aparecem na tua conta.... Eu tenho as opcons em ingles e aparece no "dashboard", algo assi como o meu taboleiro.
Umha vez clickado, ha-che de aparecer umha lista de posts. Hai tres opcons: posts publicados, borradores, e post programados (published, drafts, and scheduled) clika em "publicados" e ahi tes a lista de todos os teus posts. Escolhe o que queiras publicar e da-lhe a "edit".
Voila!!
Acabo de comprobar,
Tes que facelo quando entras na tua conta (polo tanto, tes que sair, e voltar a entrar)
Ou senom, clicka neste link quando estes na tua conta:
http://www.blogger.com/home
Dende ai accedes ao menu "editar post" e o resto, ja sabes....
Ok, engadim um link arriba a esquerda para o panel de controle da vossa conta....
Se algo vai mal, enviade-me um sobre com 100 dolares e vejo a ver se o podo arranjar... :D
Mi madrinha!!!Concordo con Marta tanto no nivel que está a ter a historia coma que Gon está a argallar algo detrás de todo isto( hai que asegurar axinha os dereitos de autor/es).
E eu que quería empezar a escribir algo... pero despois de ver isto, terei que facer antes algúns que outros borradores porque me da medo meterme aquí de cabeza.Tou flipando...
Parabens a todos!
Eu nom estou a argalhar nada Maria! hehehe!! O que passa é tenho muito tempo livre...
Nom me sejas forricosa e ponte-me a escrever algo.
Um bico!
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