quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vou-me ao Caminho.



Meus amigos e minhas amigas,

Acabo de fazer a mochila hai nada, tenho todo listo, a roupa, a navalha suiça, as cousas paras as curas... e um bo par de botas. Muitos de vos já o sabedes, mas para que todos saibam da minha mais que possível desapariçom do blogue por um tempo, comunico que marcho fazer o Caminho.

Este verám vai para quinze anos que partia faze-lo com uns amigos, era um neno, e a motivaçom nom ia muito mais alá de passa-lo bem. Agora já nom som aquel, e as motivaçom som de outro calibre. Amanhá colho o comboio até Irunha (Pamplona) e desde ali o autocarro até Orreaga (Roncesvalles), passado manhá começo a patear. Ham ser case 800 km de montes, chairas, regos, rios; de sol, chuvia, vento e o que quadre. Durante os trinta dias que tenho plantexados para chegar podem ocorrer muitas cousas, até mesmo que nom poida e tenha que vir para casa com o rabo entre as pernas.

Aguardo com todo o meu espírito ter forças para conseguir chegar até o final, como fixem quando tinha apenas vinte anos. Deus!! Relembrando isto, aqueles recordos fam-se-me mais vívidos do que nunca até agora, que bos momentos passei daquela! Oxalá desta volta desfrute de novo o Caminho.

Como já saberedes, o meu compromisso religioso é nulo, e entenderedes que a minha motivaçom bem doutro lado. Gosto de lembrar que a origem do Caminho é muito anterior ao cristianismo, antiguamente o normal era chegar até Fisterra e muitos peregrinos a dia de hoje ainda vam até ali. O Caminho forma parte da nossa humana curiosidade, havia que ir ver onde aquela bola de lume se perdia no horizonte, havia que ir trás de-la até onde nom poider mais. Com o tempo o Caminho converteu-se numha peregrinaçom iniciática, mágica; enmarcada por infinitos monumentos, vilas, cidades. Um lugar onde perder-se para a fim de contas topar-se. Marcho só, com ganhas de ir gozando de todo: das gentes, da paisagem, do esforço, do ir-se aproximando à Terra.

Meus caros amigo, aguardo ver-vos ao rematar este nova aventura na que me embarco e abraçar-vos renovado de forças, das do corpo e das da mente. Prometo, assim e todo, que de ter ocasiom porei algumha mensagem no blogue sobre as minhas andainas e algumha foto até.

Um forte abraço para tod@s!!

Ultreia!

4 Comments:

O'Poldow said...

Bo camiño, pelegrín!! Que goces del, que sexa unha boa camiñada por fora e por dentro. Vémonos, se por ben é, xa na Galiza (e o rabo entre as pernas, ese que non falte nunca). Un forte abrazo e ¡Suseia!

O'Pablo said...

Boa viaxe!!.Ainda que o sentido relixioso non creo que se lle poida nin deba sacar o camiño polo menos para mín.

O'Chini said...

Boa viagem! Bom caminho, caro Gon!!
Como já che dixera por correio, que as musas te visitem e que te cruzes com boas gentes e sábios caminhantes!!

Eu nunca fixem o caminho, mais acredito que deve ser umha experiência quase ascética, sofrimento e recompensa, com Apóstolo, com Prisciliano enterrado baixo as pedras da catedral ou calquer outro ghicho, Compostela e Fisterra tenhem carga mística, mágica e religiosa. Já havia templos e pelegrins antes da descoberta da tumba, já havia força nas pedras que moviam vontades.

Ademais, esta é a nossa casa. Todo um símbolo...Os galegos que fam o caminho buscando-se a si mesmos. O acougo espiritual. A meta é o proprio lar.

Ultreia!!!

Danito said...

Bó camiño querido Ghom!! E sobretodo que consigas atopar o que andas a buscar, ja sexa no kilómetro 1, coma si é no 800... Unha aperta.