sexta-feira, 16 de abril de 2010

Inquérito oficial confirma perda acelerada de falantes habituais de galego.

Em www.diarioliberdade.com

DL - Os dados do Inquérito de Condiçons de Vida das Famílias indicam que a percentagem de galegofalantes caiu 13 pontos em 5 anos.

Nom temos dúvida que este novo indicativo será, como sempre, desprezado polas instituiçons encarregadas da política lingüística na Galiza, como tem acontecido desde que os estudos de campo indicam a gravidade da situaçom. Porém, nom podemos deixar de informar sobre o acelerado processo de substituiçom lingüística em curso no nosso país, promovido directamente polas instituiçons públicas espanholas e o "apêndice regional" ao seu serviço, a Junta da Galiza.

Menos falantes de galego, mais de espanhol

Concretamente, o Instituto Galego de Estatística publicou hoje umha nova ediçom do seu Inquérito de Condiçons de Vida das Famílias, que traz dados sobre o uso social e o conhecimento da nossa língua correspondentes a 2008. Segundo esse estudo, só 30% da populaçom se expressava sempre em galego nesse ano, o que supom um umha perda de 13 pontos em relaçom a 2003, ano dos dados recolhidos no anterior estudo.

Umha parte desses 13 pontos percentuais fôrom para o grupo de falantes que alternam galego e espanhol com predomínio do primeiro, grupo que aumentou em 8,2%, até atingir os 26,4%. Um grupo também minoritário face ao crescimento continuado de falantes de espanhol, única língua obrigatória e imprescindível para qualquer actividade na Galiza, desde ter um emprego, até ver o cinema, graças à promoçom realizada polas instituiçons espanholas em detrimento da língua histórica da Galiza.

Também pioram os dados sobre o conhecimento do galego

O estudo do IGE indica também que os discursos "optimistas" de alguns vultos da cultura oficial, relativos a umha suposta ralentizaçom da perda de falantes, nom se verificam na realidade dos factos. O espanhol aumenta como língua habitual em todas as idades e contextos, se bem as áreas da faixa costeiras, onde se localizam as maiores concentraçons urbanas de populaçom, som as mais espanholizadas. Assim, nas "províncias" da Corunha e Ponte Vedra o grupo de falantes monolíngües em galego fica reduzido a 30,9% e 20,7%, respectivamente.

Um outro dado, enganador em inquéritos anteriores, é o de um suposto grande conhecimento da língua por parte da populaçom galega. Agora, essa hipótese também é posta em questom por este estudo demolingüístico. No plano passivo, o conhecimento da língua reduziu-se de 81,1% há cinco anos para 66% em 2008. No plano activo, se em 2003 67,9% afirmavam saber falar bem galego, agora só 54,1% di que fala bem a língua da Galiza.

Os dados só som contraditoriamente positivos no referente à presença do galego na escola, dado o aumento de presença em horas lectivas entre 2003 e 2008, o que nom deixou de ser claramente insuficiente dados os resultados nos restantes parámetros acima referidos. Passou-se de 48,92% de menores de 16 que diziam receber a maior parte das disciplinas académcias em galego em 2003 para 71,9% em 2008. Contodo, o novo decreto que vai aprovar o Partido Popular vai reduzir novamente essas horas, contribuindo para umha mais rápida espanholizaçom de maneira imediata.

No que di respeito à mudança de língua habitual, os dados dificilmente poderiam ser piores. Desce o número de pessoas que aprendêrom a falar em espanol e mudárom para galego, e aumentam os que aprendêrom a falar em galego e mudárom para o espanhol (quase 7% nos dous sentidos, sempre afectando negativamente o galego).

Desastre absoluto, mas aqui nom se demite ninguém

Nom é este o primeiro inquérito que nos lembra que estamos a perder a língua. Porém, nos últimos 30 anos de política lingüística teoricamente tendente ao "bilingüismo", ainda nom vimos nem umha única demissom de um responsável dessa área em nengum governo. Nom duvidamos que continuaremos sem ver demissons nem muito menos puniçons para os responsáveis polo lingüicídio que sofremos.

Com efeito, e faltando um estudo aprofundado dos dados do estudo em causa, a gravidade da situaçom tornaria obrigatória, no mínimo, umha demissom imediata de todos os responsáveis da política lingüística na Galiza, ou entom um reconhecimento de que, na realidade, os resultados som altamente positivos, porque é precisamente a desapariçom do galego o objectivo das políticas bilingüistas que durante todos estes anos nos conduzírom ao ponto actual.

2 Comments:

Gonzalo Amorin said...

Os números nom enganam, aqui tedes pois a nossa triste realidade. A este ritmo poida que os filhos dos que agora temos conciência e consciência - si, isto vai ser umha questom filosófica - sejam os últimos galego-falantas da Galiza.

O'Chini said...

Costa abaixo e sem frenos, assi vai o galego.

Que pesse sobre a puta consciéncia dos que dim que nom passa nada. Porque sobre os que querem que o galego desapareza, esses ficaram contentos. A mim pon-me dos nervos os outros...os pusilánimes que nos acussam de extremistas, que dim aquilo de "se durante o franquismo nom desapareceu, nom vai desaparecer agora".