segunda-feira, 30 de novembro de 2009

INDEPENDÊNCIA.

O home é um ser político por definiçom, já que o ter que respetar-nos uns aos outros, isto é, a sociedade, obriga a que se tenham que desenvolver umha serie de normas de convivência que nos permitam viver mais ou menos bem. Entom ai nasce a política. Todos somos políticos, qualquera decissom que tomemos é política, desde mercar algo num sitío ou noutro até sentir-se mais dum sítio que de outro. A vida em convivência implica que toda decissom que tomemos interfirirá com a dos demais. Pero que passa quando essa forma de conportar-se, de entender o mundo é semelhante entre um importante número de persoas? Pois que xordem ideosincrásias, xordem os povos, xordem as naçons. Nom devemos cair no erro de demoniçar a política, isso sempre lhe interesou ao poder. A política é umha ferramente valiosíssima que o povo debe utilizar e cuidar, valoriçando-a e respeitando-a. (Já o Gram Marrau do noroeste de Espanha chamado Franco dizia «haga usted como yo y no se meta en política», que cada um tire as suas própias conclussons ao respeito). Eu penso que ao poder nom lhe interessa que a gente entenda, que se comprometa com algum projecto, que se sinta dum grupo, dum povo. Aquí observamos o aumento do individualismo, do egoismo, do consumismo e o perigo conseguinte dos estremismos fascistóides. Em conclussom, a política fai-nos ante todo humanos, mais livres e mais solidários.

A Declaraçom dos Dereitos Humanos recolhe num dos seus artigos o dereito dos povos a autodeterminar-se, podemos discutir a forma de conseguir essa autodeterminaçom, pero nunca o dereito democrático desses povos, se assim o querem, a autodeterminar-se como lhes pete. Se a escolha é a independência nom há nada que discutir. Se a vontade popular de esse povo é maioritária e democráticamente independentista, inexoravelmente o único caminho que lhes resta é a independência. Falo de democracia nom só num sentido electoralista senom tamém desde umha perspectiva na que um povo e entendido como tal por todos os seus integrantes, isto é, onde cada persoa se sinte unida irremediavelmente ao conjunto que a arroupa solidaria e reciprocamente. Qualquer chata que se lhes imponha há ser inequivocamente antidemocrática e repressiva, polo que as formas de contestaçom podem ser mui variadas e, até, violentas. Galiza é umha naçom, diga quem o diga, e tamém para quem diga o contrário, é um feito que mesmo a última Constituçom espanhola recolhe eufemisticamente na palavra «nacionalidade», logo engáde-lhe «histórica», que desde o meu ponto de vista, longe de restar-lhe pesso ou importância ainda lho dá mais. Galiza é umha naçom sem Estado, umha naçom reconhecida pola Sociedade de Naçóns, precursora da ONU, no primeiro terço do século XX. Um naçom sem Estado é umha naçom sem estrutúra política organizativa própria - e nom me refiro à Junta - que lhe permita autoorganizar-se. Este feito chama a atençom, se miramos cara mui atrás na nossa história, comprovamos que fumos o primeiro reino medieval occidental europeu logo da descomposiçom do Império Romano. Isto é, fumos os primeiros europeios em ter umha estrutúra política de seu – e polo tanto os primeiros europeios – na que curiosamente coincidiam naçom e Estado (por suposto ningumha destas categorias poderiam ser aplicáveis ao momento pero si desde a nossa perspectiva). Com isto quero dizer que o lógico, na origem dos povos, é que naçom e Estado coabitem espontamente. Hai umha palavra que define mui bem o contrário: Imperialismo; umha naçom forte expande-se e impom o seu Estado. Curiosamente, Galiza mesmo perdeu a batalha da história, tanto nos seus processos como na, irremediavelmente subxectiva, veracidade que fai acto de ausência na meirande parte dos manuais. Falam de história comúm com Espanha, que é innegável, mais umha história falseada e manipulada por umha historiografia espanhola que nom podia aturar que na origem da sua naçom se coase Galiza. Que história tivo Galiza? Que ocorre, que existimos e pensamos como pensamos por obra e graça da santíssima providência? Nom! Por suposto que nom. Somos o que somos pola nossa história e polo jeito de relacionar-nos com o nosso entorno, de isso nasce a língua, a música, a literatura, a forma de enfrontar-nós ao mundo…

Os galegos somos atlánticos, europeios, precursores da europeidade. Nom me interessa um organismo supraestatal neoliberal que encardine umha série de normas legáis se nom emanam dum consenso realmente democrático. Que Europa funcione agora como o acubilho dos neocapitalistas mais feroces nom dá cabida a Europa dos povos, assim como galego nom tenho ne-la cabida. O independentismo galego – logo, todos os nacionalistas, e senom que mudem de nome – é europeista. Os nacionalismos europeios som a origem da Europa tal como a entendemos agora, tal como existe agora; som a expressom dos povos de Europa. As tenssom entre estes povos configurou um cenário histórico europeio que nom fai falha que enumere aqui. A acomodaçom dos pessos políticos específicos das nacionalidades creou um mapa de paises divididos entre os vencedores e os vencidos, Galiza ficou no segundo grupo. A sensateça do evoluir e o medo a repetiçom das cruentas guerras encarrilou o processo da uniom, pero umha uniom que nom tivo em conta a opiniom das naçons sem Estado, que permanecerom esquecidas e humilhadas desde as suas respeitivas metrópoles. Eu nom quero ser europeio como espanhol, eu quero ser europeio como galego. Galiza, se assim o queremos os galegos - é umha cuestom de benestar e supervivência - tem dereito a ser europeia por si mesma. Tem dereito a ceder esse poder a Europa, esse poder que cedem os estados. Por que tem que decidir Espanha por nós? Que significa isso de que a nossa própria toma de decissom é «inútil»? Porque nisso consiste a indepedência. Somos um povo mediocre que necesita da tutela dum povo superior? Quando fuxamos dessa maldita autogenreira, que nos afecta em todos os aspeitos da nossa vida, ficaremos livres da tea que nos cubre os olhos.

A independência da nossa Terra nom significa «cavar unha zanja e plantar un muro», o certo é que essa aseveraçom é tendenciosa, manida e até pueril. É um dos argumentos de sempre da estrema dereita espanholista, lembra-me a Fraga Iribarne nos seus tempos galaicos argumentando que os do Bloque o que queriam era ponher a muralha de Lugo no Cebreiro. Um discurso carente de toda credibilidade política, antidemocrático e demagógico.

Os independentistas o que queremos é umha Galiza com decissom de seu. Sabemos que nom somos a maioria da sociedade galega e que para os nossos proxectos vitais o ter chegado a esta conclussom vai ser motivo de dificultades, discriminaçom, incompressom, etc. Somos umha minoria, pero altamente concienciada e preocupada, quado menos politizada. Acadamos essa conclussom fruto de muita meditaçom e nom por motivos exclusivamente románticos (que tamém). Chegados a este ponto, vou-me permitir umha reflexom ainda a risco de cair num certo elitismo, entom agora a pregunta é: está a gente informada? Preocupa-se a gente polo que mais lhe convém? Entende a gente de política? Sendo possitivo e pensando que si, entom nom poderia conprender os motivos da situaçom actual.

Galiza pode ser independente como qualquer outra parte deste inmenso mundo. Múrcia pode reclamar a independência, Albacete ou o Essex da Grande Bretanha, ainda o Algarve português, pero nem isso fam, nom se lhes passa aos seus habitantes reclamar tal cousa. E isso é assim porque habitam na sua naçom e estam cómodos ne-la. Pero quem lhes pode negar esse dereito democraticamente? Niguém!

Galiza existe como naçom, e umha das provas que o demostram é que umha parte significativa do seu povo escolhe o nacionalismo, e polo tanto a independência, como opçom política. De chegar a independência enfrontaremos-nos ao momento no que Galiza mais se abra a Europa e ao mundo, porque poderá, ao fim, expresar-se livremente, ao cento por cento.

Por todo isto e muito mais eu som independentista.

Viva Galiza ceive!
Saude e Pátria!

4 Comments:

O'Chini said...

Concordo plenamente, caro Gon!

As pessoas devem respeitar os desejos das demais pessoas de gestionar a sua própria vida.

Pois o mesmo para as sociedades, digo eu!!!

No fundo, o que hai é umha intoleráncia brutal....isso é o que hai... E que mais lhe dará a um de albacete digo eu, se catalunya joga ao futbol contra russia em competiçom oficial, ou se catalunya e nacion, racion, ou media racion de breogan? E que mais lhe dará, digo eu? Fai-lhe mal?

O'Pablo said...

"Chegados a este ponto, vou-me permitir umha reflexom ainda a risco de cair num certo elitismo, entom agora a pregunta é: está a gente informada? Preocupa-se a gente polo que mais lhe convém? Entende a gente de política? Sendo possitivo e pensando que si, entom nom poderia conprender os motivos da situaçom".

Quizás sexa que si Gonzalo, igual a xente que acudiu a votar( as eleccións máis concurridas da historia)este equivocada, pouco informada e non sepa de política, igual esta amplia maioria que lle dixo o BLOQUE FORA(para que non che quepan dudas eu votei o bloque)! ESTE TODA EQUIVOCADA´.
Parecenme moi ben as túas reivindicacións pero sentindo moito( de veras que o sinto porque eu son partidario dun partido nacionalista que tense as cordas en Madrid)pero olliño eu non me escondo da realidade, e En galicia a maioria non o quere e punto, non lle hai que facer.

(E isso é assim porque habitam na sua naçom e estam cómodos ne-la. Pero quem lhes pode negar esse dereito democraticamente? Niguém! GONZALO DIXIT)

okey, pero e que os Galegos non o quren gonzalo, NON O QUEREN, e xa o demostraron, ante esto un pode pensar que menos (unha minoria sabia e que entende de política coma ti ben deixas caer) o resto (a maioria dos galegos están equivocados) pero é o que hai.Ante esto citandote a ti: " quem lhes pode negar esse dereito democraticamente? Niguém!, e dicir se a sociedade galega di non é NON.Ante esto volvendote a citar:
"Em conclussom, a política fai-nos ante todo humanos, mais livres e mais solidários".Claro que sí tan so consiste en repetar a decisión que adopta un povo en cada momento histórico( Galicia dixolle o bloque e o Psoe que se fora para casa e votou masivamente a unha forza de dereitas).Ante esto ou se respeta democráticamente ou un pode pensar que esa maioria de galegos son analfabetos políticos.

Edu P. said...

Penso que a reflexión de Gonzalo ía máis lonxe da "contabilidade" electoral (entendo que a democracia vai alén diso), non serei eu quen defenda ao bloque ou á sucursal galega do psoe, pero con todo rigor a suma dos votos destes dous partidos nas pasadas eleccións foi maior que a do pe-pe así que o de "Galicia dixolle o bloque e o Psoe que se fora para casa e votou masivamente a unha forza de dereitas" é unha afirmación que daría para falar un bo cacho, pero como mínimo é unha afirmación inexacta

O'Chini said...

"....e dicir se a sociedade galega di non é NON."
Home Pablo, vas cheo de razom...

pero é que se dixera que SI,(como a catalana) tamem ia ser que NOM, porque nomseiqueque nomseiquemais que a maioria que nom votou em realidade estava a pensar que nom queria estatut.......Ademais sempre temos o constitucional.....O que diga o povo, só quando convém?????