quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CADAVER EXQUISITO XIII


Ando com muito tempo livre oh! Desculpade. Hai já uns anos lim o Drácula de Bram Stoker, suponho que para imprimir-lhe um «aquel» a sua narrativa utilizou um formato que me chamou muito a atençom, narrou case toda a estória com umha sucessom de fragmentos dos diarios e das cartas dos protagonistas, gostei muito. A ver que vos parece este contributo para o nosso Cadaver.

CORREIO ELECTRÓNICO DO PROFESSOR ANSELMO BRAMIL PARA O SEU DOUTORANDO JACOBE DO CAMPO PINHEIRO

21 de setembro
Meu muito caro Jacobe,

desta volta as novas que che encomendo nom som do mais esperançadoras. Nom quero alarmar-te, pero poida que seja de vital importáncia que tenhas a sorte de ler isto o antes possível.

As minhas últimas pesquisas nom iam mui desencaminhadas. Ainda que ao Conselho de Administraçom de Ajudas à Investigaçom lhe costara cair da burra, agora coido que ham topar a maldita fenda que buscavam para clavar-me definitivamente a daga e fechar-me a bilha. Estou certamente dessolado, a ánsia e ánimo que possuia na minha partida arrefriam parelhos ao meu ascenso ao norte. Nom topei nada interessante com o que omnubilar as suas carcomidas mentes, ademais as conferências forom um fracasso, nom lhe interessavam a ninguém.

Islándia é umha ilha relativamente pequena, todo o mundo se conheze. Nom comprendo o motivo polo que acho tantas reticências à hora de respostar as minhas perguntas na comunidade universitária, asemade os paissanos som peores. O medo que observo nas suas miradas ao mencionar aos Monteira Furada – aqui chama-nos Berserk, á antiga usança – fai que intua a sua prensença próxima, case real. Dim nom saber nada, cousas de velhas dim, mitologia, sei que mintem.

Tenho medo, meu mais espelido discípulo. Poida que nos esteamos queimando. Até agora esta busca era como um jogo para nós, pero desde a nossa viagem a Cuba cambiarom as regras. Eu já me considero maior para estas aventuras e a responsabilidade que me encomendei pessa demassiado. O que atopamos é algo mui importante, mais do que pensavamos meu amigo. Fum um estúpido ao trae-lo até aqui, justo à boca do lobo. Espero que eles tenham em mais alta estima a minha inteligência e entendam que ti ficaches com el. Corroe-me esta comechom por ter sido tam inconscente. A chave meu amigo, é a chave!

Penso que a minha estáncia aqui foi mais que suficiente, mas o ciclo de conferências que organicei como tapadeira para às minhas verdadeiras investigaçons nom me permitem retornar de inmediato. Farei antes, isso si. Como o sinto meu caro Jacobe. Ojalá nom interceptem este correio e poidas ler isto a tempo. Por aqui nom me fio de ninguém, nem de nada.

Agora atende às minhas instrucçons e se preciso, vai-nos muito nisto. Colhe um voo a Londres dentro de dous dias, atoparemo-nos em Picadilly Circus naquel sitio no que confundím o sal com o açucar para o café. Seguro que te lembras, ali ás 14:30. Sé absolutamente puntual e discreto, nom te fies de ninguém. Eu volto para Reykjavik esse mesmo dia, poida que assim os descoloquemos e consigamos ganhar algo de tempo, ti voltarás para Galiza. Já che darei mais instrucçons quando nos vejamos. Deixa-o todo listo.

Aguardo que estas novas nom te colham mui inadvertido, confio em ti meu amigo. Até pronto! Nom faltes por favor!

Professor Anselmo Bramil.

2 Comments:

Marta said...

Liches algo de Lovecraft? mitos de Cthulhu? Sonche inquietantes as historias deste home. A forma de facer terror, que non sabes moi ben ao que te enfrentas.

Gonzalo Amorin said...

Pois nom, pero tenho-o na minha listagem de pendentes. Hai anos já mos recomendara o Poldo. A ver se me ponho!