segunda-feira, 22 de março de 2010

O galego ou a caminhada do português para o castelhano.

Algo que eu já intuira há muito tempo fica demostrado, mais pesso ainda para a nossa cousa reintegracionista. Nom deixedes de ver o video através do enlace que vos ponho ao final. Muito interesante! Em quando poida quero ver o documentário.

No passado sábado, 30 de janeiro, as Jornadas de Língua em Ourense tiveram sessão dupla, com a apresentação do primeiro trabalho do Coletivo GLU GLU e a conferência do professor Eduardo Maragoto.

Em ambos os casos, o fio condutor estava virado para demonstrar como naqueles lugares em que, como na Galiza, o português está em contato com o espanhol, há uma caminhada contínua dos falantes da língua nativa para o castelhano. O documentário Entre Línguas e a análise geracional das competências linguísticas dos galegos foram as provas evidentes.

Coletivo GLU GLU: Entre Línguas

O biólogo e boticário João Aveledo, na altura professor de Processos de Diagnóstico Clínico, e a produtora informática Vanessa Vila Verde, apresentaram o coletivo GLU-GLU (Galego Língua Útil – Galego Língua Universal) , «umha marca aberta – conforme disseram - a qualquer colaboração para realizar obras audiovisuais sobre a língua da Galiza com uma perspectiva reintegracionista». O primeiro trabalho deste projeto é o documentário Entre Línguas.

Entre Línguas. 2010. mostra como ao longo da raia com Portugal existem cinco territórios que, por diversas circunstâncias históricas, decorrentes de feitos políticos, ficaram do lado espanhol da fronteira. Isto provocou que, nas províncias de Samora, Salamanca, Cáceres e Badajoz, certas vilas, e até concelhos inteiros, conservassem uns dialetos que, apesar da falta de contato com o resto de falares galegoportugueses, conservem um enorme parecido com estes e em particular com o galego falado atualmente na Galiza.

Pelas explicações dadas polo João e a Vanessa, a conclusão é que o contato destas falas com o espanhol estará sem dúvida por detrás deste fenómeno, ou o que é o mesmo, «lá onde o português está em contato com o espanhol e esta última é a língua dominante, resulta o galego». E aos poucos a língua nativa desaparece absorvida pelo espanhol.

O auditório, que voltou a ser muito numeroso, assistiu à projeção com muito interesse e protagonizou um rico debate com as duas pessoas representantes do coletivo Glu Glu. E ainda mais, do coletivo anunciaram que têm em mente visitar proximamente as terras de fronteira do Uruguai com o Brasil para verificarem se o processo de contato oferece os mesmos resultados.

http://www.pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1906:o-galego-ou-a-caminhada-do-portugues-para-o-castelhano&catid=8:cronicas&Itemid=69



2 Comments:

O'Chini said...

Interesante, e moi bom o video da velhinha...

Ainda havendo parte de razom substancial, discrepo com que os falares galegos sejam simplesmente o resultado dum mero contacto do galego/portugues original co o espanhol....penso que hai mais chicha que isso, moita mais. E se nom, nom hai mais que olhar os falares nortenhos, fonéticamente mais parecidos a nós ("tamem" por tambem, terminaçons em -om e nom em -ão, "j" e "x" quase iguais, b e v iguais, etc...ai nom houvo contacto co espanhol e sem embargo velai está...

Outro fenómeno tamem curioso é como na faixa oriental galega (a mais próxima a Castela) se conservam determinados aspectos mais diferetes do espanhol, vejan-se os "pantalois" de Domingo!!! Ou o artigo "~ua" dos ancares.

Por outra banda -no fundo isto é outro tema- o português tem determinados castelhanismos que nom tem o galego: "Cordeiro" por anho, "cabalheiro" por "cavaleiro", "havia feito" etc...

Bom, resumindo, é verdade que o portunhol "sona" a galego, sobre todo ao galego da TVG, pero penso que o galego bem falado, com fonética própria e tam bom e puro como o de Tras-os-montes!

Gonzalo Amorin said...

Pois ante isso nom che vou descutir nada.

Mais algo que nunca saberemos, "endexamais" como apontavam os ráncios, é como falariamos de nom haver caido baixo dominio espanhol. Penso que o aspeito mais destacável neste senso é o da fonética, ainda os galego-falantes monolíngues actuais, estou convenzido, nom possuem umha fonética fruto unicamente da própria evoluçom da nossa língua.

Com todo, nom me digas que o da velhinha nom parez absolutamente galego. Sabes que eu gosto de ser chauvista, quando menos na língua, mais o conto dá que pensar, dá muito que pensar.