terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pequena crónica das Índias Canadianas I.

Pronto voltarei para casa, levo aqui desde hai case cinco meses e de certo que nom vos contei das minhas andanças norte-americanas. Nom fixem tal porque preferím aguardar aclimatar-me e começar estar mais a gosto na minha vida aqui, nom quixem precipitar a minha aterragem no Canadá com impressóns das que, tal vez, logo me arrependesse ter contado. Nom quero com isto que me apliquedes o excusatio nom petita accusatio manifesta, mas já mais de umha vez tivem que trabar na língua, e de seguro desta me volte equivocar, e com o muito tempo que ainda me resta por aqui, há-me cambiar outra volta a opiniom, mas aqui vos vam as minhas impressóns destes meses.

Canadá é um pais imenso mas monótono, polo que fica pequeno. Vaia!! Mas este que di!! Pois vejamos, em quanto a paisagem, a rural, montes pequenos e chairas infinitas de árbores algumhas e de erva a maioria. A paisagem urbana, nom tem muito que dea surpresa. Toronto, um gigante de formigom armado (até os dentes) feito a partir do emperrechamento primeiro dos ingleses e logo dos seus súbditos, os canadianos. Um Down Town mui snob, cheio de préios que ranham os ceus e umha torre que esfurricas de mirar para riba. Logo todo o que seria o Old Town... abaixo! Deixarom quatro igrejas, três bancos e duas casas. O centro normalmente está sujo e com um tráfico impracticável. Menos mal que a cidade conta com um transporte público exemplar, é caro mas com 3$ que vale o bilhete podes percorrer toda a cidade de umha tacada, inclui metro, bus e street-car (tranvia) por esse mesmo preço, tem muita frequência e é pontual. De certo, do melhor que vim. Logo as zonas residencias, som limpas e ordenadas, com casas como de bonecas de todos os tamanhos e cores, nom há umha igual, ainda que o pareça. Com o seu jardinzinho por diante, com umha árbore vem chantada. Mas podes escoitar medrar o céspede! Cortado com umha precissom que arrepia. Soem ser uns sítios bem aburridos nos que nom hai muito mais que fazer que ir durmir e fazer barbacoas os fins de semana quando luze o sol. É bem pinturesco ver como se repartem cada umhas das nacionalidades que aqui venhem parar. Judeus de casas ostentosas ("porque yo lo valgo"), passeando polas ruas as suas longas barbas à sombra dos chapeus pretos de asas anchas, portugueses com casas que lembram às da sua terra - e a nossa - e sempre com umha hortinha e umha parra, italianos engalanados (re)penteados com cabelos lustrosos, bairros de pretos ouveantes que melhor evitar, e bairros como o que vivemos nós, pertinho de todos os demais mais nengum deles em concreto. Como já vistes aqui há gente de todos lados. Esta a cidade mais intercultural do mundo, case o 50% da sua populaçom é migrante. Adiantei-vos algúns deles mas tamém podedes atopar chineses (of course), hindus, coreanos, afegáns, iranianos, peruanos, mexicanos... poderia botar todo o dia.

Em quanto ao clima dizer-vos que é extremo, no inverno um frio que arrepia - 30º baixo cero - e no verám umha calor - 42º tivemos já - que caem os pássaros do ceu. Continental 100%. Fermosas paragens nevadas, campos em flor, mantos brancos nos telhados, verde mui verde, pês gelados, mosquitos como lavadoras, resbalóns no gelo, ar condicionado como o gelo ou como o bafo do demo... um país de contrastes!

O inglés! O inglés? O inglés!! Malditos anglóns e sajóns, mais comentários ao respeito?

A ver entom, o mais positivo de Toronto? O seu multi-culturalismo, sem sair da cidade podes topar-te em qualquer parte do mundo, provar as suas comidas, escuitar e aprender as suas línguas, músicas; ver de como som as suas culturas, os seus costumes, as suas roupas... de certo é algo impressionante. Mas algo gracioso e vez bem fodido para os newcomers como mim som os sotaques tam revirados e inverossímeis que pode chegar a acadar o inglés torontoniano. Incrível!! O caralho é que eu formo parte dessa fauna sotaqueira, riabaixano-gundemarino mais precisamente. O mais negativo? O indivialismo que vejo em toda esta gente. Nom som nada de combinar com a gente, para fazer “nada”, como nós fazemos. Nom entedendem isso tam jeitoso de ir tomar umha canha ou um vinho. Aqui a gente vive com agendas de Primeiro Ministro, compre fazer planos com um mês de antelaçom, e logo ainda assim nom vos esperedes grande cousa. Os canadianos de velho, que som os menos, eu apenas conheço um par, soem ser mui amáveis mas com um toque, do que nom gosto nada, que rasgunha a hipocresia, isso si mui educados e complacentes, mas com menos sangue no corpo que um carracho esfomeado. Sem "chispa" ó!! Pola outra banda os recem chegados, adoitam andar mui ocupados, trabalhando a reu e mui cansos para fazer mais nada. Complicada a vida social canadiana, complexa.

Vaia!! Que me esquecia!! Os preços!!! Isto é de tolos, nom vos imaginedes o caro que está todo por aqui!! Assim tenhem que ter os soldos que tenhem, a ver como viviam se nom!! Ponho-vos por caso o preço de umha garrafa de zumo de laranja, na Galiza eu lembro compra-las por um euro ou menos, pois agarrade-vos aqui e case que impossível atopa-las por menos de 4 dólares. Umha garrafa de cerveja saindo de festa pois uns 8 ou 10 $ num bar 5 ou 6 $, umha fatelas de queixo uns 6 $... e assim todo!! Se vides de viagem traede a carteira bem gordinha, que ainda que o euro seja mais forte nom o havedes notar para nada.

E mil cousas mais que já vos contarei em quanto nos vejamos pola Terra!! Aguardo poder ver-vos a todos para compartir o melhor do mundo... a calor dos que nos querem. Nom sabedes que saudade tenho!! Nom há como Galiza para viver!! Somos uns afortunados, a nossa Terra dá-lhe mil voltas ao Canadá, com os seus soldos, a sua segurança, a sua paisagem, a sua policia montada, os eu xarope de bordo (arce em espanhol) e todo isso!! Pra eles todo!! Que lhes aproveite!!!

Agora nuns dias de volta pra recarregar as baterias, que falta me vam fazer que logo vem a inverneira canadiana! Deus!! Que medo!! hahaha!!!

Viva por sempre a nossa Galiza. Minha nai Pátria.

Saudos irmáns e irmás.

4 Comments:

Marta said...

Oooooh, a verdade é que o entendo perfectamente. Eu estou en Burdeos e as cousas non son tan distintas como en Canadá. A vida e cara pero non tanto, a xente queda para facer cousas, pero bueno se viviramos como franceses e non como estudiantes festeiros (que é na situacion na que estou) creo que me aburriría tamén...Prefiro a forma de salir nosa e de divertirnos. Eu me sinto do grupo da clase (internacional) como unha das persoas mais simpaticas e conheiras (quizais porque domino un pouco mais o frances) Pero vexo que teño moita retranca e intento ter conversacions mais interesantes que triviais dado o nivel que hai que non da para facer conferencias. Bueno hai un alemán que me sorprende, pensei que ía ser mais serio,
pero é bastante simpatico, como o australiano.
En fin que me sinto superinteresante e simpática, hahaha, incroyable, très bien, superbe! Viva Galiza!

Gonzalo Amorin said...

Que bem Martita!! Alegro-me de que o esteas a desfrutar. Ulalá!!!

Marta said...

Hai una chinita-portuguesa moi riquinha que me recorda a Jia ;)

Gonzalo Amorin said...

Que liquinhas som as chinitas!!! hahaha!!!